De microfone na mão e perante
os familiares, que anseiam saber notícias sobre o naufrágio dos pescadores, um
(era bom que só tivesse sido um!) jornalista pergunta:
- Como é que se sente? O
seu marido/filho/tio/pai/irmão está desaparecido no mar desde de ontem. Como é
que se sente?
- O seu marido/filho/tio/pai/irmão
era o ganha-pão lá de casa, agora que as hipóteses de ele aparecer com vida são
escassas, como é que se sente?
A sério? Estão à espera que respondam o quê?
- Estou óptima! Há anos
que andava para me livrar dele.
- Até equilibrar as contas
vamos ter de entrar num regime forçado. Mas tudo bem, eu até estava a precisar
de fazer uma dieta.
Quando metem um microfone
em frente a uma pessoa que inevitavelmente já não tem esperança de rever com
vida os seus familiares … será que custa muito parar para pensar antes de
abrir a boca e “vomitar” uma pergunta? Será que nunca perderam ninguém?
Será que ainda se lembram como é que se sentiram ou a profissão e a sede por audiências congelou
os sentimentos?
Haja pachorra para
tanta insensibilidade! E que só falta começarem a fazer isto:
Imagem retirada da Internet |
Espero que nunca cheguem a tanto, mas que lá têm andado por perto, lá isso têm. Não consigo entender esta capacidade de desligar da dor alheia... :(
ResponderEliminarBeijinhos Nina
Parece que funcionam em piloto automático ...
EliminarBeijinhos
fiz esse comentário quando estava a almoçar e a ver as noticias! Que frieza, meus Deus!
ResponderEliminarEstão cada vez piores!
EliminarAs pessoas estão mesmo afogadas em mágoa e agonia! E depois vêm os microfones!
ResponderEliminar... e o circo está montado para mais uma sessão de "telejornal" de desgraças alheias.
EliminarEles dizem que é porque é importante informar.Enfim:(
ResponderEliminarTambém já ouvi essa “desculpa” … enfim!
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