Felizmente nunca sofri na pele. Nunca
estive num relacionalmente, onde a violência física ou verbal estivesse
presente. Infelizmente vivenciei de forma muito próxima esta mesma realidade.
Conheço o sofrimento do agredido.
Conheço a indiferença do agressor. Sei que por mais que criem dias
internacionais para eliminação da violência contra as mulheres, a violência
continuará a fazer parte da realidade e do quotidiano de muitas delas. É fácil
dizer, que tem de ser a mulher a dar o primeiro passo. É fácil desculpar o
agressor. É fácil arranjar desculpas perante os médicos, filhos, familiares e
amigos. É fácil acreditar nas próprias mentiras criadas.
Mas não é fácil viver com a violência. Destrói
aquilo que somos, aquilo que acreditamos que somos capazes de fazer e vir a
ser. E isso ninguém, ninguém tem o direito de roubar, seja com um estalo ou com
palavras que magoam mais do que os actos …Quem não te respeita, não te merece!
E isto é válido tanto para as mulheres como para os homens.
É um tema complicado mas que merece toda a nossa atenção. Vitima de violência física também nunca fui, mas psicológica sim e posso dizer que é devastador. Não era todos os dias, mas sempre que havia zangas era fatal, ouvia tudo e mais alguma coisa, nomes feios, etc. Quando não havia zangas os meus defeitos físicos eram chamados de forma mais soft, ainda assim com intenção de magoar. Aguentei sete anos e meio, com uma gravidez ja na fase final da relação. Decidi que dizer basta quando a paternidade do bebé que eu esperava (que acabei por perder já depois de separada, devido a complicações) foi posta em causa. Nesse dia bati com a porta e nunca mais falei com ele.
ResponderEliminarMuito obrigada pelo seu testemunho. Obrigada por este momento de partilha e que várias pessoas passem os olhos pelas suas palavras.
EliminarPor muito que se fale no assunto, é incrível a quantidade de pessoas (pricipalmente mulheres) que morre vítima de violência doméstica. Este ano, creio que já são mais de 40... Não vejo maneira de isto mudar... Nunca é de mais falar no assunto.
ResponderEliminarOs números são impressionantes, sobretudo porque seguramente muitos casos ficam de fora por falta de prova. E é verdade, nunca é de mais falar!
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